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O meu filho está constipado! O que faço?

  • Foto do escritor: João Núncio Crispim
    João Núncio Crispim
  • 1 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jan. de 2023

A constipação é uma doença provocada por vírus de múltiplas diferentes espécies. Os mais frequentes são os rinovírus, responsáveis por cerca de 50% das constipações em crianças e adultos, mas muitos outros como o vírus sincicial respiratório, os vírus influenza (gripe) e parainfluenza, o SARS-CoV2 e os adenovírus podem ser responsáveis por este quadro clínico. Os sintomas, sobejamente conhecidos de todos, podem incluir espirros, obstrução e corrimento nasal, dor de garganta, tosse, febre baixa, dor de cabeça e sensação de mal-estar.  As constipações são autolimitadas – passam por si sem necessidade de qualquer tratamento. Apenas dispomos atualmente de tratamento para alguns sintomas da constipação, amenizando o desconforto sentido enquanto não recuperamos. Apesar do seu caráter benigno a constipação não é de todo uma doença a menosprezar: é de todas as doenças conhecidas a doença humana mais frequente. O peso que tem nas famílias é enorme, sendo responsável por absentismo laboral e escolar, o que por sua vez tem um impacto significativo na economia em grande escala!

Medicamentos e mezinhas

Sendo os vários tipos de vírus os responsáveis pelas constipações, e sabendo que os antibióticos apenas matam bactérias – aos vírus não fazem sequer cócegas – é fácil perceber que as constipações não se tratam com recurso aos mesmos. O mesmo se aplica à gripe. Sabemos no entanto que por mecanismos vários as infeções bacterianas são mais frequentes na sequência das infeções virais. Os vírus causam uma maior fragilidade do sistema imunitário e estimulam a produção de muco nas vias respiratórias que permite a proliferação de bactérias. É por isso razoavelmente frequente que depois da constipação venham a conjuntivite, a otite, a sinusite, a pneumonia, entre outras infeções bacterianas – essas sim potenciais alvos da ação dos antibióticos.

Assim sendo, podemos tratar a febre, as várias dores, e mesmo combater o mal-estar geral provocados pelas constipações com o recurso a analgésicos e antipiréticos como o paracetamol ou o ibuprofeno. As lavagens nasais com soro fisiológico, recorrendo por exemplo a dispositivos de irrigação nasal como seringas com ponteira de borracha, e o uso pontual de descongestionantes nasais podem aliviar o corrimento e a obstrução nasal, especialmente incomodativos durante a noite. Uma série de outros produtos e mezinhas podem agir sobre sintomas que provocam desconforto, tornando os dias de doença menos desagradáveis. No limite, qualquer atitude que não seja potencialmente perigosa e que melhore o conforto do doente é lícita. Mas atenção: os antitússicos e expetorantes são de facto potencialmente perigosos e não devem ser administrados a crianças, e para qualquer medicamento utilizado devem ser respeitadas as doses e as precauções necessárias.

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