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Doença das mãos, pés e boca

  • Foto do escritor: João Núncio Crispim
    João Núncio Crispim
  • 1 de mai. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jan. de 2023

O ditado popular refere-se às doenças exantemáticas – as que dão vários tipos de manchas na pele – no seu conjunto como “sarampo e sarampelos”. O sarampo é uma doença rara em Portugal (exceptuando os recentes surtos), fruto da adequada cobertura pelo programa nacional de vacinação, mas os “sarampelos” são bem mais que sete, contrariando o referido ditado.

Uma das doenças exantemáticas ainda muito desconhecidas pelos pais – geralmente até ao dia em que um dos seus filhos a contrai, é a doença das mãos, pés e boca. Esta doença tem uma causa identificada, a infeção por algumas estirpes do vírus Coxsackie. Pode surgir durante todo o ano, mas é mais frequente no final do verão e outono. Manifesta-se inicialmente com febre, sensação ligeira de doença e dor de garganta, surgindo em seguida as lesões cutâneas típicas. Estas envolvem mais frequentemente as mãos e os pés, atingindo palmas e plantas respetivamente, podendo no entanto também localizar-se nas nádegas e região genital. Começam por manchas vermelhas que progridem para vesículas (pequenas bolhas) com 3 a 4 milímetros de diâmetro. Em simultâneo surgem lesões na cavidade oral e nos lábios, que podem assumir diferentes aspetos, sendo habitualmente lesões aftosas na língua, lábios e palato, e/ou vesículas na garganta. Nos casos mais severos as lesões da boca podem ser exuberantes e dificultar a ingestão adequada de líquidos e alimentos. O diagnóstico é clínico, não requer qualquer tipo de exames complementares de diagnóstico.

Como a maioria das doenças virais, também a doença das mãos, pés e boca é autolimitada, com melhoria progressiva dos sintomas e das lesões da pele e da boca sem tratamento específico. Há no entanto cuidados a ter, nomeadamente garantindo que a criança permanece hidratada.

Sendo uma doença contagiosa – o vírus transmite-se através das fezes e do contacto com as lesões – as crianças afectadas não devem frequentar o infantário ou escola, apesar do contágio ocorrer frequentemente antes (ou mesmo depois!) do aparecimento das lesões.

Após a resolução da doença aguda é frequente ocorrer descamação da pele dos dedos das mãos e/ou pés, cerca de 1-2 semanas depois, ou alterações da unhas que podem culminar com a queda das unhas e nascimento de novas. Não se trata de uma situação preocupante, não merecendo nenhum cuidado especial.

Sabia que…

As lesões características da doença das mãos, pés e boca demoram entre 7 e 10 dias a desaparecer?

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