O meu filho não cresce - parte 2
- João Núncio Crispim
- 1 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
A baixa estatura familiar e o atraso constitucional da maturação são as causas mais frequentes para as situações em que as crianças parecem não crescer de forma adequada, tendo sido abordadas aqui. Têm em comum o facto de corresponderem a padrões de crescimento normais, no entanto diferentes da maioria. Há, no entanto, muitas doenças que se podem associar a uma baixa estatura.
O funcionamento irregular de várias partes do sistema hormonal pode causar uma alteração do crescimento. Alterações relacionadas com as hormonas sexuais, como a puberdade precoce, ou com as hormonas tiroideias são situações pouco frequentes. A causa hormonal mais paradigmática para a baixa estatura, também rara, é o défice de hormona do crescimento. A baixa estatura nestes casos começa a manifestar-se precocemente, pelos 6 meses de vida, e obriga a terapêutica de substituição com hormona do crescimento. O uso desta terapêutica está extremamente regulamentado, e é utilizado apenas em centros de referência, sujeito à aprovação de uma comissão nacional dedicada.
O inadequado crescimento fetal durante a gravidez, sendo a criança pequena ao nascimento, também pode provocar baixa estatura. Esta é uma indicação recentemente aprovada para o uso de hormona do crescimento em Portugal, uso também sujeito ao escrutínio da comissão nacional referida.
Muitas doenças genéticas cursam com baixa estatura, como a trissomia 21 e a acondroplasia (nanismo). Nas raparigas é importante identificar também a síndroma de Turner.
As carências alimentares graves que podem surgir em situações tão variadas como a malnutrição, anorexia nervosa ou doenças intestinais, podem causar um atraso no crescimento habitualmente a par de um aumento de peso inadequado. Da mesma forma, doenças crónicas cardíacas, respiratórias, renais, entre outras, podem comprometer o crescimento. Acrescenta que alguns medicamentos de uso prolongado nas doenças crónicas, como os corticóides (exceptuando o uso inalatório nasal ou pulmonar), podem causar alterações no crescimento.
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