Dores de crescimento?
- João Núncio Crispim
- 18 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
É frequente a queixa de "dores de crescimento". Mas afinal o que são? O que as causa? E quando nos devemos preocupar?
As dores de crescimento surgem mais frequentemente em idade pré-escolar e escolar, entre os 3 e os 12 anos. Caracterizam-se por uma dor difusa, habitualmente nos membros inferiores (coxas e/ou pernas,habitualmente não se localiza nas articulações), descrita como profunda e por vezes latejante, que pode ser intensa. Habitualmente surge dos dois lados, ora de um lado, ora do outro, ou nos dois lados em simultâneo. Costuma surgir à noite, habitualmente antes de dormir. Não surge todos os dias, há alturas melhores e alturas piores. Não há quaisquer manifestações externas associadas (vermelhidão, inchaço, aumento de temperatura local).
É frequente um dos progenitores recordar-se de ter, também ele, tido as referidas dores de crescimento - parece haver um componente hereditário nesta tendência.
Apesar do nome, não se parecem associar ao crescimento em si. O crescimento é francamente mais acentuado nas crianças abaixo dos 3 e acima dos 12 anos. Na verdade não sabemos o que as causa, apesar de existirem várias teorias. Sabemos que são benignas, não causam preocupação, e passam com o tempo.
Algumas crianças referem alívio com aplicação calor ou frio, ou com massagem na área afetada. Quando intensa, e se prolongada, pode ser medicada com analgésicos (paracetamol ou ibuprofeno).
Apesar de não serem um motivo de preocupação, é importante distinguir de outras causas mais preocupantes de dor nos membros. Quando as características são típicas, como as acima descritas, podemos ficar tranquilos e manter apenas vigilância. Deve procurar o médico quando as queixas se tornam progressivamente mais intensas e frequentes, quando a dor é localizada e sempre no mesmo sítio/lado do corpo, quando há alterações físicas locais associadas, ou quando há outros sintomas como febre ou perda de peso. Apesar das dores de crescimento poderem acordar a criança durante a noite, se essa manifestação é frequente deve também consultar o seu médico.
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