Como prevenir maus hábitos de sono
- João Núncio Crispim
- 1 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
O sono das crianças é sem dúvida uma das áreas que levanta mais problemas aos pais e respetivos pediatras. São problemas de tal forma frequentes que os livros que se debruçam sobre o assunto são autênticos best sellers. Havendo muitos tipos diferentes de problemas relacionados com o sono, entre os quais várias doenças, a maioria dos problemas decorrem de maus hábitos de sono.
As famílias não são todas iguais. Enquanto algumas têm por hábito partilhar a cama com os filhos, muitas famílias vêm na partilha da cama a solução possível mas não desejável, pelas implicações na vida do casal e na autonomia das crianças. Não devem por isso existir regras rígidas e uniformes, mas antes adaptadas aos hábitos e convicções de cada família. Com esta premissa, pretendo sugerir alguns comportamentos que ajudem a evitar os maus hábitos de sono.
Até aos 6 meses de vida os bebés devem partilhar o quarto com os pais, comportamento protetor em relação à morte súbita do lactente, mas não a mesma cama. Partilhar a cama com um bebé pequeno representa um risco importante de asfixia e quedas. Aos 6 meses é mais fácil a transição para um quarto próprio, pelo que considero ser a idade ideal para fazer essa mudança nas famílias que assim o desejem.
As crianças que dependem de um estímulo externo para adormecer – a mama, o colo dos pais, a presença dos pais, etc. – vão exigir esse mesmo estímulo ao longo da noite para voltar a adormecer nas várias fases de superficialização do sono. Por outro lado, a criança habituada a conciliar o sono de forma autónoma no início da noite vai – também autonomamente – ser capaz de voltar a adormecer nessas fases. Considero assim que, também a partir dos 6-9 meses, as crianças devem ser colocadas na cama acordadas depois de um “ritual” calmo que assinale a hora de dormir (contar uma história, cantar uma música, etc.). Para ajudar nessa transição, os pais podem intermitentemente consolar a criança, mas não permanecer ao seu lado até adormecer.
Nenhuma estratégia é infalível, mas para os pais que pretendem que a criança durma bem no seu próprio quarto, tentar seguir estes princípios é meio caminho andado para o sucesso. Os pais devem discutir com o pediatra assistente as melhores estratégias para prevenir problemas do sono, e não apenas tentar resolvê-los quando surgem!
Sabia que…
…os problemas comportamentais do sono surgem em 20 a 30% das crianças?
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